O
consumidor não tem como fugir a esta realidade: ou compra produtos sem
qualidade numa das muitas lojas chinesas que povoam com cada vez maior
densidade as nossas cidades, vilas e aldeias, ou se deslocam a uma loja de topo
e compram um produto caro e de qualidade que julgam ter sido construído na
Alemanha ou nos Estados Unidos e que afinal de contas foi produzido na China.
Napoleão Bonaparte fez há mais de duzentos anos atrás a profecia: “Deixem a China dormir porque quando acordar o mundo vai estremecer”.
A capacidade produtiva da indústria chinesa impressiona cada vez mais. Com os mesmos meios e recursos, uma unidade industrial chinesa tem a capacidade de produzir quarenta vezes mais do que qualquer fábrica europeia e com custos muitíssimo reduzidos.
A qualidade que até aqui foi um factor de competitividade das empresas ocidentais começa a desvanecer-se porque também neste particular, a qualidade, a China está a fazer progressos notáveis. A Broad Sustainable Building, uma empresa de construção chinesa foi capaz de erguer e inaugurar um hotel com 30 andares em apenas 360 horas, batendo o seu anterior recorde que consistia em construir um edifício de 15 andares em apenas 6 dias.
Além da capacidade produtiva e contrariando a sua falta de proximidade dos mercados europeus, a China tem sabido melhorar as suas redes viárias, portos, aeroportos e os próprios meios de transporte, aviões, comboios e sobretudo a sua frota de cargueiros. Com toda esta capacidade logística, é capaz de colocar no mercado europeu os seus produtos em menos de uma semana através de um sistema de barcos fábrica que se encarregam de montar o produto final já a caminho do seu comprador.
Muita desta força industrial chinesa, sabemos todos, tem por base alguns factores que nós, ocidentais, desprezamos: Uma absoluta falta de respeito pelo ambiente, pelas regras de conduta ética, pelos valores sociais e sobretudo um tremendo desrespeito pelos direitos humanos. Um operário chinês ganha em média 100 dólares por um período de trabalho diário de 8 horas e está tão agradecido ao seu empregador pela oportunidade que trabalha outras 8 horas pro bono.
Esta redução dos custos de mão-de-obra tem levado as grandes companhias europeias e americanas a uma estratégia que passa por tercear as suas actividades de produção para empresas chinesas ficando apenas com a gestão dos seus brands. Este caminho faz com que as empresas que outrora detiam fábricas gigantescas com milhares de funcionários, passem a necessitar apenas de uma dúzia de brilhantes marketeers para manter a sua empresa no auge com índices de rentabilidade muito superiores. Neste modelo, gestores que visam unicamente o lucro e que prestam contas aos seus accionistas, enriquecem-nos, fechando fábricas, lançando no desemprego os tais milhares de funcionários, baixando custos de produção, arruinando toda a economia e por essa via contribuindo para o fim da paz social no ocidente.
Enquanto os gestores e os donos destas companhias ficam satisfeitos com o lucro fácil e imediato, a China importa tecnologia e inteligência desenvolvendo no médio prazo unidades produtivas de elevada performance e qualidade.
O consumidor não tem como fugir a esta realidade: ou compra produtos sem qualidade numa das muitas lojas chinesas que povoam com cada vez maior densidade as nossas cidades, vilas e aldeias, ou se deslocam a uma loja de topo e compram um produto caro e de qualidade que julgam ter sido construído na Alemanha ou nos Estados Unidos e que afinal de contas foi produzido na China.
Dentro de pouco mais de uma década, se nada for feito, todos os grandes parques industriais da europa e dos Estados Unidos desaparecerão. Teremos de importar da China os sapatos e os têxteis que outrora produzíamos em quantidade e qualidade, gerando emprego riqueza e consolidação social.
Quando o ocidente despertar para esta nova ordem mundial, a China, terá o poder económico de impor as suas regras nos mercados, nomeadamente as que dizem respeito às questões aduaneiras e a uma europa falida será impossível reerguer as suas fábricas, pelo custo que tal política acarretaria e também porque os seus técnicos outrora altamente qualificados estarão obsoletos e vencidos por anos de desemprego e inactividade.
Esse será o tempo de entender que o mundo alimentou um enorme dragão e que acabou por ficar refém do mesmo. Esse será o tempo em que a China como única potência económica e industrial imporá a sua política de preços monopolistas.
Os nossos filhos e netos assistirão ao deflagrar de uma autêntica bomba atómica económica vinda da China e será tarde de mais para reagir. Os shareholders e os gestores das companhias que agora temos como prósperas estarão então desencantados a olhar para o esqueleto do que restou das suas fábricas e irão lembrar-se com muita saudade dos tempos em que ganhavam fortunas escravizando os chineses para obter baixos custos de produção e vendendo com margens de lucro impensáveis aos seus conterrâneos os produtos com as marcas que naquele momento já nada valerão porque deixaram de ser moda, foram copiadas e deixaram de ser poderosas.
Napoleão Bonaparte fez há mais de duzentos anos atrás a profecia: “Deixem a China dormir porque quando acordar o mundo vai estremecer”.
A capacidade produtiva da indústria chinesa impressiona cada vez mais. Com os mesmos meios e recursos, uma unidade industrial chinesa tem a capacidade de produzir quarenta vezes mais do que qualquer fábrica europeia e com custos muitíssimo reduzidos.
A qualidade que até aqui foi um factor de competitividade das empresas ocidentais começa a desvanecer-se porque também neste particular, a qualidade, a China está a fazer progressos notáveis. A Broad Sustainable Building, uma empresa de construção chinesa foi capaz de erguer e inaugurar um hotel com 30 andares em apenas 360 horas, batendo o seu anterior recorde que consistia em construir um edifício de 15 andares em apenas 6 dias.
Além da capacidade produtiva e contrariando a sua falta de proximidade dos mercados europeus, a China tem sabido melhorar as suas redes viárias, portos, aeroportos e os próprios meios de transporte, aviões, comboios e sobretudo a sua frota de cargueiros. Com toda esta capacidade logística, é capaz de colocar no mercado europeu os seus produtos em menos de uma semana através de um sistema de barcos fábrica que se encarregam de montar o produto final já a caminho do seu comprador.
Muita desta força industrial chinesa, sabemos todos, tem por base alguns factores que nós, ocidentais, desprezamos: Uma absoluta falta de respeito pelo ambiente, pelas regras de conduta ética, pelos valores sociais e sobretudo um tremendo desrespeito pelos direitos humanos. Um operário chinês ganha em média 100 dólares por um período de trabalho diário de 8 horas e está tão agradecido ao seu empregador pela oportunidade que trabalha outras 8 horas pro bono.
Esta redução dos custos de mão-de-obra tem levado as grandes companhias europeias e americanas a uma estratégia que passa por tercear as suas actividades de produção para empresas chinesas ficando apenas com a gestão dos seus brands. Este caminho faz com que as empresas que outrora detiam fábricas gigantescas com milhares de funcionários, passem a necessitar apenas de uma dúzia de brilhantes marketeers para manter a sua empresa no auge com índices de rentabilidade muito superiores. Neste modelo, gestores que visam unicamente o lucro e que prestam contas aos seus accionistas, enriquecem-nos, fechando fábricas, lançando no desemprego os tais milhares de funcionários, baixando custos de produção, arruinando toda a economia e por essa via contribuindo para o fim da paz social no ocidente.
Enquanto os gestores e os donos destas companhias ficam satisfeitos com o lucro fácil e imediato, a China importa tecnologia e inteligência desenvolvendo no médio prazo unidades produtivas de elevada performance e qualidade.
O consumidor não tem como fugir a esta realidade: ou compra produtos sem qualidade numa das muitas lojas chinesas que povoam com cada vez maior densidade as nossas cidades, vilas e aldeias, ou se deslocam a uma loja de topo e compram um produto caro e de qualidade que julgam ter sido construído na Alemanha ou nos Estados Unidos e que afinal de contas foi produzido na China.
Dentro de pouco mais de uma década, se nada for feito, todos os grandes parques industriais da europa e dos Estados Unidos desaparecerão. Teremos de importar da China os sapatos e os têxteis que outrora produzíamos em quantidade e qualidade, gerando emprego riqueza e consolidação social.
Quando o ocidente despertar para esta nova ordem mundial, a China, terá o poder económico de impor as suas regras nos mercados, nomeadamente as que dizem respeito às questões aduaneiras e a uma europa falida será impossível reerguer as suas fábricas, pelo custo que tal política acarretaria e também porque os seus técnicos outrora altamente qualificados estarão obsoletos e vencidos por anos de desemprego e inactividade.
Esse será o tempo de entender que o mundo alimentou um enorme dragão e que acabou por ficar refém do mesmo. Esse será o tempo em que a China como única potência económica e industrial imporá a sua política de preços monopolistas.
Os nossos filhos e netos assistirão ao deflagrar de uma autêntica bomba atómica económica vinda da China e será tarde de mais para reagir. Os shareholders e os gestores das companhias que agora temos como prósperas estarão então desencantados a olhar para o esqueleto do que restou das suas fábricas e irão lembrar-se com muita saudade dos tempos em que ganhavam fortunas escravizando os chineses para obter baixos custos de produção e vendendo com margens de lucro impensáveis aos seus conterrâneos os produtos com as marcas que naquele momento já nada valerão porque deixaram de ser moda, foram copiadas e deixaram de ser poderosas.
Nunca li um texto tão realista sobre aquilo que está a acontecer actualmente, e que no meio de preocupaçoes de outra índole, passa ao lado dos pensamentos da elite política e económica europeia/ocidental/americana. Recordo-me que há alguns anos atrás os EUA estavam muito preocupados com o poder económico japonês porque estes desataram a comprar empresas nos EUA. Mas a China é bastante mais perigosa, porque a sua mão de obra é verdadeiramente imbatível e não há europeu que consiga competir com aqueles salários baixíssimos por tantas horas de trabalho. Temo que dentro duma década, já estejamos nesta nova ordem mundial.
ResponderEliminarAna,
ResponderEliminarOs seus comentários são muito motivadores para quem, como eu, começou a expressar as suas ideias na blogosfera.
Se achou interessante este artigo, recomendo um outro de que gosto especialmente, sobre o Irão, e que tem como título "A ameaça persa".
Obrigado,