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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Deixem o Sporting em paz!

Entristece-me muito o lugar que o Sporting ocupa; Entristece-me muito ter sete pontos em oito jornadas; Entristece-me o facto de estarmos a treze pontos dos nossos rivais. Mas entristece-me muito mais ler e ouvir diariamente pseudo personalidades que, com outros resultados, estariam de boca fechada. Não duvido que alguns sofram e sintam o Sporting como eu, mas por favor… Deixem o Sporting em paz!

O Sporting padece de muitos males. Está tecnicamente falido e tem um passivo enormíssimo face às receitas que é capaz de gerar.

Tem um plantel com alguns jogadores de qualidade muito discutível resgatados a clubes de dimensão europeia provenientes de campeonatos muito competitivos e onde se pagam salários elevadíssimos. O Sporting está vazio de activos porque estes jogadores milionários têm invariavelmente os seus passes hipotecados. Tem problemas graves de tesouraria que comprometem o pagamento de salários nos próximos meses

Tem um treinador, o terceiro da época e o quarto deste mandato, à procura de uma identidade para a equipa, que chegou e disse o óbvio, referindo a falta de qualidade do plantel e das suas soluções.

Continua a não ser respeitado por essa classe de vagabundos malfeitores que são os árbitros nem por quem os lidera e a não ter sorte em momentos chave como ontem mais uma vez se comprovou.

Tem uns estatutos obtusos que permitem eleger órgãos sociais adversários de listas antagonistas em eleições. Tem um Presidente que foi eleito à custa de personalidades que hoje já não tem. E também já não tem referências como Ricardo Sá Pinto ou Oceano Cruz.
Investiu no último ano e meio mais de quarenta milhões de euros em aquisições com os resultados que se conhecem, comprando pedaços de jogadores que sofreram forte desvalorização em meia dúzia de meses.

O Sporting é hoje o espelho do país. É uma instituição a saque de uns quantos que se servem da visibilidade que a grandeza do clube ainda lhes dá para se promoverem, para o usurparem e para desfilarem por entre cargos de Directores e Administradores de empresas que só José Roquette sabe para que foram criadas.

O único património efectivamente valioso que o Sporting tem é o amor incondicional das massas, dos adeptos anónimos, daqueles que vivem para o Sporting e que nada esperam em troca; o amor daqueles que apesar de anos de sucessivos fracassos continuam a pagar as suas quotas e a comprar as suas gameboxes; aqueles que acompanham e apoiam a equipa em cada campo deste país, quando chove e quando faz sol.

Eu, sócio 8.346, filiado pela mão do meu falecido pai no já longínquo mês de Fevereiro de 1979, detentor de duas gameboxes e que fiz sócios os filhos e os sobrinhos assim que nasceram, faço parte dessa massa anónima. Sofro a cada minuto de qualquer partida e não apoio nenhuma solução: Nem defendo que se realizem eleições nem o seu contrário. Não defendo Luis Godinho Lopes nem qualquer outro putativo Presidente. Só defendo o Sporting!

Como Jesus, o bíblico, fez com os vendedores no templo, apetece-me correr com esta corja miserável de oportunistas, que como qualquer abutre espera que o clube apodreça para o tomar de assalto e para lhe fazer sabe-se lá o quê, para o entregar sabe-se lá a quem. Apetece gritar bem alto para que deixem o Sporting em paz!

Entristece-me muito o lugar que o Sporting ocupa; Entristece-me muito ter sete pontos em oito jornadas; Entristece-me o facto de estarmos a treze pontos dos nossos rivais. Mas entristece-me muito mais ler e ouvir diariamente pseudo personalidades que, com outros resultados, estariam de boca fechada. Não duvido que alguns sofram e sintam o Sporting como eu, mas por favor… Deixem o Sporting em paz!

Ex Presidentes que contestam os actuais dirigentes e cujas passagens pelo Sporting, muito contribuiu para o estado actual do clube; Presidentes da Mesa da Assembleia Geral que se atiram aos outros órgãos sociais como gato ao bofe; supostos bufos e fugas de informação; comentadores que supostamente deviam defender o Sporting e que mais não fazem do que o atacar vilmente; candidatos derrotados em anteriores eleições e proeminentes figuras que todos os dias dão entrevistas nas quais não se encontra nada de positivo, nenhum ânimo, nenhum estímulo para os profissionais que servem diariamente o Sporting… Deixem o Sporting em paz!

Tudo isto é mau, muito mau. É feio e delicia os nossos adversários. É uma vergonha É a maior de todas as vergonhas. Maior até do que a goleada sofrida com o Videoton ou as derrotas e empates sucessivas na Liga. É um ultraje maior do que os 18 anos sem ganhar.

O Sporting é grande. É muito grande e tem uma força incomensurável. Tem a força que lhe é conferida pelo amor confesso de milhões de pessoas, de milhares de núcleos e casas espalhadas pelos quatro cantos do mundo.

A bem do Sporting é importante apagar esta fogueira de vaidades e parar este desfile de personalidades, de opiniões, de entrevistas. Abandonem o ‘dia seguinte’ o ‘trio de ataque’ e o ‘prolongamento’. Calem-se, por favor e deixem o Sporting em paz!

 

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