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domingo, 23 de setembro de 2012

Por Portugal e pelos Portugueses. Unicamente!

Não quero ser comparado aos gregos, não por serem gregos, mas tão somente por não serem portugueses. Também não quero ser espanhol, nem alemão, nem sequer americano ou australiano... Só quero ser português!

O NIMBUS está muito perto de atingir os seus primeiros 500 views. O número é ainda algo insípido, mas atendendo a que nasceu há pouco mais de duas semanas, considero, à luz do desafio que eu próprio me havia imposto, que se trata de um sinal que suscita em mim o desejo de continuar a publicar aqui as minhas opiniões.
 
Pelos mesmos meios em que tento a promoção deste espaço, estimulo e aprecio com grande humildade todas as críticas que me são dirigidas. É com estas que pretendo crescer e aprender, evoluir e melhorar. Escuto a todas com a mesma atenção e interesse. Todas elas têm em mim o efeito de um dínamo numa velha bicicleta: geram luz e clarividência.
 
Importa no entanto referir que um blog não é um site de notícias, mas sim um veículo de testemunhos, opiniões pessoais e pessoalizadas no qual, o seu promotor deve exprimir-se se forma genuína e de acordo com os seus princípios, devendo os seus leitores, democraticamente, aceitar a visão que ali se transcreve, concordar, comentar e discordar se o entenderem razoável ou, simplesmente deixar de o ler, se o seu entendimento é de que o seu conteúdo não gera interesse suficiente. 
 
Uma das criticas (ou referências) que mais me têm ecoado é a de que sou um simpatizante da troika, simplesmente porque publiquei dois apontamentos sobre este tema tão caro aos portugueses.
 
Para aqueles que, por cegueira ou emotividade acham isso, gostava de afirmar que não sou nem a favor nem contra a troika. Não defendo nem ataco as políticas deste governo e nem os seus putativos assentimentos às imposições da troika ou da Senhora Merkel.
 
Tenho por objecto defender, unicamente, Portugal e os Portugueses, os seus direitos e obrigações, e defendo, principalmente, o seu passado, o seu presente e o seu futuro.
 
Constituímos um país dos mais velhos da Europa. Um país com quase 900 anos de uma história que nos deve orgulhar a todos enquanto comunidade; Uma nação que partiu deste rectângulo, cruzou mares e deu novos mundos ao mundo; Um país que soube construir o seu império ultramarino, de Angola a Malaca, de Goa ao Brasil; Somos um povo que soube resistir e derrubar uma ditadura; Somos, definitivamente um povo de grandes feitos cujas qualidades e tradições são apreciadas em todo o mundo.
 
Somos um povo caloroso e afável, inteligente e empreendedor e são muitos os exemplos de que dispomos para nos orgulhar de aqui ter nascido. De ter nascido em Portugal. De ter nascido português.
 
Mas ser português é, muito mais do que isso. É saber resistir, lutar, sofrer. É olhar o mundo de olhos bem levantados. É afirmar que somos um povo de homens e mulheres de caracter que cumpre as suas obrigações individuais e colectivas, que somos merecedores da confiança dos outros povos e que jamais deixaremos de exultar a nossa independência ainda que esta possa estar momentaneamente em causa.
 
O que quero para o meu país, é o melhor! Quero prosperidade e riqueza. Quero futuro! Mas quero também que mantenhamos os nossos valores. Aqueles que os nossos antepassados, mais ou menos longíquos nos transmitiram, de geração em geração, do avô para o pai e do pai para o filho. Quero uma nação e um povo honorável e honrado, trabalhador e honesto.
 
Não quero ser comparado aos gregos, não por serem gregos, mas tão somente por não serem portugueses. Também não quero ser espanhol, nem alemão, nem sequer americano ou australiano... Só quero ser português!
 
Ao defender que se actue em conformidade com o Memorando de Entendimento sobre as Condionalidades da Política Económica, apenas pretendo que mantenhamos a imagem de povo honrado que somos, que lutemos, que cumpramos e que possamos continuar a olhar os outros de olhos nos olhos, com a confiança de sermos um povo capaz, tão ou mais capaz do que qualquer outro.
 
Nos últimos 40 anos, a nossa nação foi reiteradamente vilipendiada. Demos aos outros os territórios conquistados com o sangue dos portugueses, depois de muitos destes se terem sacrificado para os manter. Desbaratámos o nosso património agrícola e industrial a troco de uns trocos de Bruxelas e delapidámos os nossos recursos colectivos alimentando e engordando as empresas e os empresários do regime, os amigos dos governantes, os que têm peso e que efectivamente mandam naquilo em que Portugal ainda manda.
 
Fruto de inúmeras opções políticas, erráticas, suicidas e criminosas, chegámos aqui. E este  'aqui', significa tudo quanto já sabemos e que não é novidade. Estamos de tanga e em vias de ter de a despir e vender. Estamos obrigados a um sem número de sacrifícios devido a estas opções que devíamos reprimir e condenar fortemente.

O aumento da TSU é desconcertantemente condenável, mas a receita é necessária, fundamental e imprescindível. A sua não aplicação e aprovação, por mais cruel que seja, apenas apelará à criatividade dos governantes para nos tirarem o mesmo de forma diferente. Desenganem-se aqueles que pensam que, ao recuar com as medidas, o governo vai abdicar dessa receita. Não pode. Não lhe é permitido. A máquina do estado é demasiado despesista e imparável a gastar, a nomear, a construir e, enquanto não se encontrar a fórmula de reduzir a sua compulsividade pela despesa, não será possível chegar a nenhuma das coisas de que todos, enquanto nação, necessitamos.
 
É legítimo juntar um milhão de pessoas na rua para protestar contra as medidas de austeridade negociadas entre a troika e a classe política representativa? Sim, é, objectivamente!

É legítimo lutar pelos nossos direitos? Sim, mas apenas na medida em que estivermos disponíveis para rever igualmente as nossas obrigações.

É legítimo culpabilizar os actuais governantes, o Primeiro-Ministro,  Pedro Passos Coelho e o seu elenco? Sim, mas o que dizer de António Guterres e de Durão Barroso? De Pedro Santana Lopes e sobretudo de José Sócrates? Será legítimo culpabilizar uns sem referir os outros?

E será legítimo aos outros fazer de conta de que não são eles próprios?
 
 

2 comentários:

  1. Caro
    Resistimos e derrubámos varias ditaduras ao longo da nossa história. A Nação está ser vilipendiada desde o final do Sec.XIX, excepção feita ao "Fontismo", este dentro do periodo historico a que se chamou Reneração ( periodo verdadeiramente renovador, positivo e empreendedor), não tens um processo de modernização Global, sublinho Global, porque de forma isolada tivemos tentativas modernizadoras: Na 1ª Republica com a tentativa frustrada de fazer chegar a escolaridade a outras populações que estavam isoladas e excluidas, durante o Estado Novo, a Politica de Fomento do então Ministro de Salazar Marcelo Caetano nos anos 50, depois do 25 de Abril a irradicação da Pobreza extrema ( medieval) que se vivia no mundo rural, irradicação das barracas que só a nossa memoria curta nos impede de saber que 25% das populações das cinturas das cidades industriais viviam em Barracas( sem aspas), que 80% da População era pouco menos que analfabeta.
    Quanto ao resto sabes a minha opinião: Não temos um Governo Constitucional decente e com rumo desde o 1º Governo de Guterres e mesmo este só deve algum "tino" devido ao Prof Sousa Franco que mantinha a "pandilha" na linha e com redea curta. Relembro que na 1ª entrevista dada por Sousa Franco ( já tinha saido do Governo) quando do 1º orçamento da 2ª Legislatura de Guterres disse " Este é o pior orçamento desde o tempo da D. Maria". Desde ai que o desvario não tem parado, atingindo os pincaros com o 2º Governo de Socrates que se aproximou do Crime de leza Patria. Agora os que estão ( PSD ) terão de em 4 anos saber, não se vão emagrecer; isso já nós sabemos, mas a ciencia está em saber onde...

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  2. Regeneração e não reneração; feita a correcção

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