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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Prefácio

Desde há muito que sinto uma enorme vontade de escrever, de me fazer ouvir através da escrita, de emitir a minha opinião ou simples ponto de vista de forma livre e arbitrária sem estar condicionado ou restrito a determinado tema ou assunto.

Quando petiz estudante, foi a putativa qualidade da minha escrita, a responsável pelo não insucesso em algumas disciplinas como o português, a história ou a filosofia. Escrever muito e de forma entusiasta foi sempre refúgio para a falta de aplicação nos estudos. Ainda que não dominasse o assunto ou não soubesse responder à pergunta, a forma abnegada com que debitava palavras na folha de ponto foram sempre suficientes para obter resultados satisfatórios.

Mais tarde, no início dos anos 90, enquanto profissional que baseou a sua actividade no contacto com os outros, a chegada do correio electrónico veio facilitar-me bastante a vida. Voltei a poder escrever todos os dias, com toda a gente e com muita gente ao mesmo tempo ao invés de falar, algo para que não me considero especialmente habilitado.

Há pouco tempo atrás, estreei-me no facebook. Esta experiência funcionou (e funciona) como uma espécie de tirocínio. Publico pequenas opiniões sobre vários temas e com a liberdade que a mente me permite muitas vezes de forma intensa e demasiado apaixonada, mas acreditem ou não, sinto-me paradoxalmente algo claustrofóbico e limitado.

Sou um homem de paixões, de fortes convicções, que as assume e as defende até ser objectivamente possível. Não desejo que aqueles que eventualmente me lerão não tenham ideia de quem sou, daquilo que penso, e daquilo que faço.

Para que não existam dúvidas, deixo a minha declaração de interesses, bem à moda dos media norte americanos: Sou um adepto fervoroso de futebol nutrindo uma paixão intensíssima pelo Sporting, e não sendo particularmente seguidor do Edil de Gaia, costumo considerar-me um sulista, elitista e sobretudo um liberal.

Apesar da educação cristã, sou hoje agnóstico e, uma vez mais paradoxalmente, simpatizante da causa monárquica.

Assumirei aqui ao longo dos meus testemunhos todos esses amores e desamores, aquilo que me entusiasma e aquilo que me repugna, configurando na essência a ideia que tenho do bem e do mal, do aceitável e do criticável.

Jamais me sentirei preso a qualquer espécie de linha editorial ou corrente de pensamento. Não quero ser um colunista que escreve unicamente sobre determinados temas. O objectivo deste espaço é o de expressar a minha visão do mundo, situado num determinado local, personalizado numa determinada figura ou focado num qualquer acontecimento. Escreverei livremente e isso significa escrever sobre o que me apetecer num espaço que, perdoe-se-me a arrogância, me pertence e que pertencerá a quem me quiser ler.

Este blog será forçosamente o reflexo da alma, da minha alma. Escreverei aqui sobre factos, personagens históricas ou contemporâneas, sobre lugares e viagens, sobre tudo e sobre todos, expressando-me ora de forma satírica, irónica e até cómica, ora de forma séria, assertiva e agastada.

Tenho dúvidas se serei capaz de escrever com a assiduidade com que o pretendo fazer e o feedback obtido por aqueles que dedicarão algum tempo a ler-me por certo acelerará ou abrandará o ritmo das minhas publicações. Prometo apenas tentar, disciplinando a minha vontade.

Para me estrear neste projecto muito contribuiu a sagacidade e preserverança de um amigo, ele sim, um verdadeiro blogger que com a sua determinação e auto disciplina se dedica todos os domingos a emitir a sua opinião sobre variadíssimos factos. Esse amigo é o Nuno M. Oliveira, fundador do Assim vão as cousas, que teve já a ousadia, imagine-se, de publicar dois livros de crónicas!

À família, uma dedicação especial: Sem amor, nada se consegue. Sou, nesse aspecto um privilegiado: Tenho o amor da minha mulher Carmen, dos nossos filhos, Catarina, Beatriz e Marcos e da restante família. É a vós que dedico, para a posteridade, os momentos em que, em frente deste ou de outro computador, tentarei de forma lógica articular as palavras com os pensamentos.

E para prefácio já chega...

6 comentários:

  1. Bem este blog promete ,força luis....

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  2. Aqui terás um assíduo leitor, sabendo de antemão que os pressupostos e motivos que te levam a lançares um blog, tão bem descritos no teu prefacio, são justos e verdadeiros.

    Solimão ( O Magnifico )...Miguel

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  3. Para começar, e puxando já à provocação, gosto das cores dominantes!
    Quanto a textos, cá os aguardo.

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  4. Só tenho pena das tuas convicções clubisticas. Veia parece que tens.
    Vou seguir
    grande abraço

    Rui Ramos

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  5. Não há dissertação que possa exprimir a minha reacção às tuas palavras de elogio. Acredita, contudo, que o mérito da coragem de partilhar as tuas convicções será sempre teu, independentemente da maior ou menor concordância a mesma. Grande abraço.

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  6. Há muito que te conheço e sei o que pensas sobre a generalidade das coisas, concordando com umas e discordando de outras. A referência que te fiz não é um elogio. Trata-se unicamente de afirmar de que mais do que o conteúdo, me inspiras pela forma como exprimes as tuas ideias e convicções. Forte abraço.

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