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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Ameaça Persa

É preciso uma intervenção militar imediata da comunidade internacional. O Irão merece uma lição e, para o mundo, o risco de o atacar militarmente é infinitamente menor do que o cruzar de braços e o assobiar para o ar da europa e dos Estados Unidos.

Adolf Hitler foi pela primeira vez eleito chanceler alemão em 1933 mas apenas invadiu a Polónia a 1 de Setembro de 1939, dando início ao maior e mais sangrento conflito que a humanidade já conheceu.

Levado a sério por poucos, ousou desafiar o mundo colocando em causa as obrigações da Alemanha decorrentes do Tratado de Versalhes ao mesmo tempo que internamente cometia as maiores atrocidades de que há memória sobre o povo judeu. O tom irado e vociferado com que ameaçava os seus inimigos internos e externos fizeram crer à comunidade internacional de que se tratava de um louco sem importância, pelo que nos 6 anos que se seguiram à sua eleição se preparou fortemente para a guerra que alguns suspeitavam que surgiria e que ele próprio provocaria.

Ao entrar em campo, a diplomacia foi sempre demasiado branda com o führer, sendo o mais emblemático e anedótico episódio a chegada ao Reino Unido de Neville Chamberlain a 30 de Setembro de 1938 acenando com os Acordos de Munique no qual o chanceler se comprometia, perante ele próprio, Benito Mussolini e Edouard Delardier a não invadir a Polónia a troco da anexação da Checoslováquia. Adolf Hitler ocupou a Checoslováquia a 15 de Março de 1939 e a 1 de Setembro, as tropas alemãs já marchavam sobre solo polaco.

Mahmoud Ahmadinejad, nascido a 28 de Outubro de 1956, xiita, chegou a líder político supremo do Irão a 3 de Agosto de 2005 contrariando uma certa abertura da nação iraniana ao ocidente, especialmente por ambição e vocação dos seus mais jovens cidadãos. Tornou-se controverso ao assumir-se imediatamente como anti-semita e ao anunciar que a República Islâmica do Irão trabalharia no sentido de erradicar do mapa o estado de Israel.

Afrontou os Estados Unidos da América e os seus aliados tradicionais desafiando-os mais a cada semana. Durante anos, e bem ao jeito de Saddam Hussein utilizou uma forma hábil de fazer política ora avançando e ameaçando, ora recuando estrategicamente para contra-atacar com mais violência.

Nestes mais de 7 anos de poder, nos quais se acredita ter forjado alguns actos eleitorais, Mahmoud Ahmadinejad foi acusado de desenvolver um programa nuclear militar que o próprio foi desmentindo referindo que este se destinava unicamente à produção de energia para fins civis e, paralelamente, foram surgindo relatos e até documentos e testemunhos de que a eliminação do estado de Israel continua a constituir o grande objectivo do Presidente do Irão.

A diplomacia, uma vez mais tomou a dianteira, e aplicou sanções económicas ao Irão. O Irão respondeu com a ameaça de fechar o estreito de Ormuz através do qual passa uma grande parte do petróleo consumido em todo o mundo. De resto, esta forma de ‘tentar fazer política’ - a diplomacia, é quem tem tentado encontrar uma solução para desalojar do poder Bashar al-Assad, o líder xiita da Síria. Tanto num caso como noutro, os resultados estão à vista: Ahmadinejad continua a enriquecer o seu urânio e Bashar al-Assad continua a liquidar o seu povo numa sangrenta guerra civil através da qual se pretende eternizar no poder.

Os Estados Unidos com um Presidente Democrático e demasiado empenhado na sua reeleição e a Europa demasiado envolvida em cimeiras que visam resolver a crise no velho continente, olham para a questão iraniana e para o seu programa com muito distanciamento.

No passado dia 29 de Setembro, Benjamin Nethaniahu, Primeiro Ministro israelita levou à Assembleia Geral da ONU uma célebre infografia na qual referiu que o Irão está muito perto de conseguir produzir a sua primeira bomba nuclear: O mais tardar no início da primavera terá urânio enriquecido suficiente e precisará apenas de um par de semanas para a construir.

Chineses e russos não tomam partido mas inviabilizam uma solução militar e a europa e os estados unidos estão envolvidos nas suas próprias ‘guerras’. Perante este cenário é legítima a inquietude do povo de Israel perante o crescimento militar de um vizinho que ameaça destruí-lo.

O ocidente continua a olhar para o seu umbigo: Os povos estão preocupados com o seu bem-estar social, com o desemprego, com a eleição dos seus líderes e com o agravamento dos impostos. Manifestam-se na rua protestando e tentando solucionar os seus problemas quando aparentemente o mundo tem um desafio bem maior pela frente.

A 17 de Dezembro teremos eleições nos Estados Unidos. Não obstante a minha simpatia pessoal por Barack Obama, seria bom para o mundo que a América mudasse a agulha e elegesse um presidente Republicano, capaz de dar à questão iraniana a atenção que esta deve merecer.

Tenho dito com frequência que o grande legado dos tempos contemporâneos e a grande vitória das sociedades modernas é o clima de paz em que vivemos. Mas desiludam-se aqueles que pensam que este é apenas mais um dos valores adquiridos pelas gerações actuais.

Para os que acham que o Irão tem os mesmos direitos dos seus vizinhos Israel e Paquistão de se constituir como potência nuclear, respondo dizendo que há quem possa ter licença de porte de arma e quem não revele um perfil psicológico para a ter. O Irão está perto, muito perto de ter a bomba e urge, por isso, destruir o seu programa nuclear. É preciso uma intervenção militar imediata da comunidade internacional. O Irão merece uma lição e, para o mundo, o risco de o atacar militarmente é infinitamente menor do que o cruzar de braços e o assobiar para o ar da europa e dos Estados Unidos.

Segundo Benjamim Nethaniau, eles têm mais de 90% do trabalho feito.

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